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Europa

Grande Desafio… Europa é um continente formado por cerca de 50 países com mais de 60 línguas oficiais diferentes. Diferente do nosso continente, que apesar de ser grande em território, é formado por 35 países e fala-se somente 9 línguas diferentes, sem contar as indígenas. Cada um desses países europeus tem sua história e cultura particular e também sua história com o Evangelho. Tal diversidade no continente europeu também é representada na grande diversidade de religiões, crenças e até mesmo de visão diferentes do Evangelho ou de como ser igreja, não existe um padrão, cada cultura expressa um cristianismo diferente, a partir da sua história e experiência. Tal realidade demanda um longo e profundo estudo e conhecimento da cultura local e do público que queremos alcançar para que a mensagem do Evangelho possa ser comunicada de maneira eficaz e intencional. Comunicar o evangelho de uma forma que seja compreendido e aceito por pessoas com uma visão de mundo totalmente diferente do missionário é um dos maiores desafios da missão na Europa em nossos dias. Por isso, a aculturação do projeto e do missionário é um processo decisivo na missão. Ler e interpretar uma cultura diferente para encontrar novos pontos de comunicação da mensagem e que por vezes podem não fazer sentido para quem vem de um outro contexto. Cultura pós-cristã e uma igreja parada no tempo: A Europa foi um dos primeiros continentes a ser evangelizados e, hoje, em muitos países vive-se uma cultura pós cristã onde a igreja ou a fé não opinam ou não influenciam mais a cultura. Consequentemente a grande maioria das igrejas na Europa são igrejas que ficaram presas no passado agarradas às suas tradições e ritos numa tentativa de preservar sua identidade. Infelizmente, tal estratégia faz com que essas igrejas hoje não consigam comunicar o Evangelho para as novas gerações pois perderam a sua vocação de ser igreja em missão. Essa igreja velha e parada no tempo tem medo de mudanças e muitas vezes se fecha para o novo e não consegue parar e fazer uma análise realista da sua situação estão morrendo (ex. Igreja Protestante da França). Estas igrejas se preocupam em fazer membros (protestantes) e não discípulos de Cristo. Tal situação tem se agravado ainda mais com o grande movimento imigratório na Europa pois além do medo de perderem sua identidade religiosa os europeus têm medo de perderem sua identidade europeia e por vezes têm se fechado ainda mais. Comunicar o Evangelho integral para pessoas fragmentadas: Os europeus normalmente dividem sua vida em várias áreas: vida pessoal (amigos, família), vida profissional (estudos e trabalho), fé e religião, etc. Muitas vezes, não conseguem fazer uma boa conexão entre estas áreas. O que está relacionado a fé, não necessariamente está ligado as outras áreas da minha vida e vice – versa. Oportunidades: Cultura secularizada A comunicação do Evangelho não encontra lastros recentes de mal testemunho ou de má teologia. Mesmo que precisemos lidar com alguns pré – conceitos relacionados à fé e à igreja (ex: o lado sombrio da igreja católica – imposição da religião nos séculos passados) a partir do momento em que o Evangelho é apresentado de forma clara, inteligente e sem padrões pré – estabelecidos os Europeus estão abertos a te escutar. O europeu em geral é muito racional e desconfiado, o que não deixa espaço para a teologia da prosperidade (por exemplo, as igrejas pentecostais na França são guetos étnicos, não alcançam muitos franceses). Ao contrário do que se pensa, as pessoas estão em busca de uma espiritualidade e até mesmo de Deus, o seu problema é a religião (a forma como isso é apresentado). Só precisamos encontrar um meio de comunicar o Evangelho sem comunicar ou exigir religião. O Humanismo, supervalorização do ser humano (autonomia humana) não precisa de Deus. Ao mesmo tempo, ele fez com que as pessoas vivessem os princípios do evangelho. A questão da autonomia humana não chega a ser um problema – pois estas pessoas sabem do seu limite (morte, tempo, etc.). Por conta do humanismo os europeus valorizam muito o trabalho social e engajamento associativo: pobres, imigrantes, meio ambiente além do forte envolvimento com as artes, a arquitetura, a gastronomia. Basta fazermos uma boa leitura cultural e buscarmos os meios de contato. Comer juntos, por exemplo, é um ótimo meio de contato com as pessoas na França. As mudanças vividas pela Europa: Há o contato com várias realidades muito diferentes ao mesmo tempo; podemos trabalhar com muçulmanos, com imigrantes em geral, com refugiados, com pessoas de bom poder aquisitivo, pessoas com engajamento político, etc. A Europa também é um ponto de passagem de pessoas do mundo inteiro sendo um lugar bem estratégico para a Evangelização; a semente lançada e germinada que pode dar frutos no mundo inteiro. As distâncias são menores, tanto geográficas quanto sociais. (ex: o filho do ministro do interior da França é membro de uma das igrejas protestantes de Lyon). Os desafios levam à unidade da igreja: Na missão na Europa é importante saber estabelecer parcerias e muitas vezes você terá que abrir mão de alguns pré – conceitos  para ver o que Deus já está fazendo no lugar, através de outras igrejas. Nós não precisamos inventar nada. Deus é o senhor da missão e é Ele quem já está lá trazendo a sua missão antes mesmo de nós chegarmos. Quando você é minoria em um país onde você faz missão, trabalhar em parcerias é fundamental.  Além disso, a unidade cristã acaba sendo um testemunho para aqueles que ainda não creem. João 17.20-23. “Minha oração não é apenas por eles. Rogo também por aqueles que crerão em mim, por meio da mensagem deles, para que todos sejam um, Pai, como tu estás em mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. Dei-lhes a glória que me deste, para que eles sejam um, assim como nós somos um: eu neles e tu em mim. Que eles sejam levados à plena

Coreia do Norte

Missões já! Quanto à avaliação e classificação da Lista Mundial da Perseguição (LMP), o país continua com a mesma pontuação ocupando o primeiro lugar… A pressão média sobre os cristãos permanece em um nível extremo em todas as esferas da vida. Esse padrão de pontuação máxima em todas as esferas da vida reflete a realidade de um Estado em que a paranoia ditatorial é evidente em cada segmento da sociedade. Provavelmente, não há outro país no mundo em que o termo “paranoia” se encaixe melhor; isso afeta tudo na Coreia do Norte. Estimativas do número de cristãos variam de 30 mil a “várias centenas de milhares”. Naturalmente, é difícil confirmar quaisquer números devido ao ambiente altamente restritivo. Com base em informação de parceiros na região, a Portas Abertas estima que haja entre 200 e 400 mil cristãos. Seja qual for a estatística usada, todos os relatos mostram que o número de cristãos está crescendo lenta, mas estavelmente. Uma informação curiosa retomou a discussão no meio acadêmico e também religioso, após o historiador Andrei Lankov, professor da Universidade Kookmin, em Seul, na Coreia do Sul, ter afirmado que Kim Jong-un, atual ditador da Coreia do Norte, é bisneto de missionários cristãos. A Coreia do Norte ocupa o primeiro lugar na lista mundial de perseguição religiosa, segundo a organização Portas Abertas. O cristianismo é a religião mais perseguida, o que chama ainda mais atenção. “Os pais de Kim Il-sung eram ativistas cristãos e pertenciam à primeira geração de coreanos a receberem uma educação moderna de estilo ocidental”, disse Lankov. Kim Il-sung foi o avô de Kim Jong-un (atual ditador), falecido em 1994. Após o Exército Japonês ser expulso da Coreia do Norte pela União Soviética, em agosto de 1945, Kim Il-sung foi eleito pelo regime de Stalin como o líder coreano. Ele se destacou como combatente e por isso obteve o respeito dos aliados de guerra e também da população. Kim Il-sung, no entanto, nasceu dois anos após a Coreia do Norte se tornar uma colônia do Japão. Ele não vivenciou o período em que seus pais presenciaram um grande avivamento espiritual no país, em 1907, e posteriormente não compreendeu o significado teológico disso, uma vez que viveu em um contexto de guerra. “Na época de seu nascimento, o regime colonial japonês passava por seu estágio mais repressivo e brutal. O país estava sob ocupação militar, os coreanos não tinham voz em questões políticas e o único jornal em língua coreana era um publicado pela administração colonial”, explicou Lankov, segundo o Korea Times. “Historiadores da corte norte-coreanos embelezaram e reinventaram a história da família de Kim Il-sung, transformando seus pais em ‘líderes da resistência nacional’. Mas a verdade não é essa. Kim Il-sung nasceu em uma família moderadamente rica e trabalhadora cujos membros tinham envolvimento em atividades de resistência contra aquele sistema colonial], mas eles não eram líderes de resistência, nem mesmo ativistas proeminentes”, destaca o historiador. Lankov esclareceu ainda que Kim Il-sung não tinha o interesse de se envolver com política, mas provavelmente por seu destaque na carreira militar, terminou sendo obrigado. Segundo o historiador, o líder coreano se tornou o “pequeno Stalin da Coreia”. “Uma vez no controle total da situação, Kim introduziria uma versão do comunismo que era consideravelmente mais restritiva que seu arquétipo soviético. Em essência, Kim Il-sung conseguiu sair do próprio formato de Stalin”, destaca Lankov. “O nível de controle estatal foi verdadeiramente sem precedentes na história mundial”. Mesmo sabendo dos riscos, dezenas de missionários estão atuando na fronteira da Coreia do Norte com o objetivo de espalhar o cristianismo pelo país que mais persegue cristãos no mundo. Um desses missionários é uma mulher coreana – chinesa de 69 anos, que vive na região fronteiriça do nordeste da China e não teve sua identidade revelada por razões de segurança. Conhecida como mãe por norte – coreanos que recebem dela alimento, um lugar para ficar e até mesmo dinheiro, a missionária vem discipulando essas pessoas a fim de prepará-las para pregar o Evangelho de Cristo na Coreia do Norte. “Eu sempre oro e estou com Deus, então não estou preocupada”, disse a mulher a respeito dos riscos que ela e qualquer cristão pode enfrentar na região.  Dez missionários e pastores do grupo morreram misteriosamente nos últimos anos, segundo o reverendo Kim Kyou Ho, chefe da organização Chosen People Network em Seul, capital da Coreia do Sul. A Coreia do Norte é suspeita de ter causado todas essas mortes. Outras centenas de missionários foram presos ou expulsos pela China, que proíbe os estrangeiros de fazer evangelismo religioso. Embora seja monitorada pelas autoridades de Pyongyang e Pequim, a mulher coreana-chinesa realiza o trabalho missionário com norte – coreanos há 20 anos. Maior parte de seus esforços é com mulheres que estão na China legalmente após conseguirem vistos para visitar parentes que moram lá. Ela e outros missionários da fronteira fornecem quartos aos visitantes norte – coreanos e esconderijo para aqueles que estão fugindo. Os convertidos de maior confiança voltam para casa, na Coreia do Norte, e compartilham secretamente o que aprenderam sobre o cristianismo, às vezes levando consigo Bíblias. Oposição do governo O governo norte – coreano de Kim Jong-un acusa a agência de espionagem da Coreia do Sul de usar os missionários para coletar informações sobre seu programa nuclear secreto, bem como para contrabandear materiais religiosos por meio de folhetos, CDs e pen drives, e construir igrejas secretas com o objetivo de minar a liderança de Kim. O governo de Seul nega fortemente essas alegações. Pelo menos dois pastores sul – coreanos foram detidos no Norte sob essas acusações. A Coreia do Norte alega, oficialmente, que garante a liberdade de religião para seus 24 milhões de habitantes. Porém, a realidade é bem diferente. As pessoas envolvidas na distribuição de Bíblias, cultos secretos de oração e redes de igrejas subterrâneas são presas ou executadas, de acordo com ativistas e desertores. A Coreia do Norte tem cinco igrejas sancionadas pelo governo em Pyongyang, mas os críticos dizem que são instalações

Missão de Traduzir

Uma obra de Fé e Amor… A Missão Discipulando Nações, sob a liderança incansável do pastor Luciano Vicente, tem se destacado no cenário da literatura cristã e tradução bíblica. Desde 2012, a Missão tem dedicado seus esforços para levar a Palavra de Deus aos povos indígenas, abrindo caminho para a transformação de vidas e comunidades. Um Pioneiro na Tradução e Evangelização O pastor Luciano Vicente, biblista, tem sido fundamental para o sucesso da Missão. Sua jornada inspiradora começou em 2012, com a revisão de literatura cristã no idioma Terena do Pantanal Mato-Grossense. Desde então, ele tem se dedicado a traduzir porções da Bíblia e outros materiais evangelisticos para diversas línguas indígenas, incluindo: Guarani Paraguaio e Mapuche; Em 2013, o pastor Luciano Vicente traduziu literatura cristã para o idioma Guarani Paraguaio e Mapuche Chileno, impactando uma comunidade vibrante e receptiva à Palavra de Deus. Pemon da Venezuela; No mesmo ano, ele auxiliou na tradução do Evangelho de João para os índios Pemon Taurepang da Venezuela, um marco histórico que aproximou essa comunidade da fé cristã. Ayuuk do Sul Mexicano; Em 2014, o pastor Luciano Vicente se tornou o primeiro brasileiro a estar entre os Ayuuk e apoiar a tradução do Evangelho de Marcos para os povos Ayuuk do sul mexicano, abrindo portas para a evangelização dessa etnia. Em sua incansável missão, ele também contribuiu para a tradução de um folheto evangelístico na língua Maia, um idioma milenar falado no sudoeste mexicano, Guatemala e Belize. Em uma rápida passagem pela Cordilheira do Andes do Peru e Bolívia o pastor Luciano Vicente realizou a tradução de um folheto evangelistico para o idioma Aymara… Awajum do Peru; Em 2015, o pastor Luciano Vicente elaborou um material evangelístico para os índios Awajum (descendentes dos caçadores de cabeça humana) da selva oriental do Peru, além de ministrar cursos de teologia, fortalecendo a fé e o conhecimento dessa comunidade. Shipibo Conibo, Kachinawa e Mastanawa: Em 2017, ele traduziu folhetos e elaborou um hinário e o Evangelho de Marcos para os povos Shipibo Conibo, Kachinawa e Mastanawa; etnias isoladas da selva do Peru, que agora podem ter acesso à mensagem transformadora da Bíblia. Superando Obstáculos e Expandindo o Impacto A pandemia de COVID-19 impôs desafios à Missão Discipulando Nações, mas a chama da fé e do compromisso jamais se apagou. Em 2022, o pastor Luciano Vicente retomou suas atividades com renovado vigor, assumindo o papel de consultor e mentor facilitador de tradução bíblica na selva da Venezuela e Colômbia, na região de Guajira. Sua expertise e paixão pela Palavra de Deus estão guiando os povos Wayuu, Bari e Añu em sua jornada de fé, abrindo caminho para a transformação individual e social. Um Legado de Transformação e Inspiração A Missão Discipulando Nações, liderada pelo pastor Luciano Vicente, representa um ícone de esperança e transformação para as comunidades indígenas. Através da tradução da Bíblia e literatura cristã, a missão aproxima esses povos da Palavra de Deus, concedendo-lhes acesso à mensagem de amor, salvação e esperança. O trabalho árduo e dedicado do pastor Luciano Vicente é uma inspiração para muitos. Sua paixão pela tradução bíblica e evangelização demonstra o poder transformador da fé e o compromisso inabalável com a missão de levar a Palavra de Deus a todos os cantos do mundo. Você pode fazer parte dessa história de transformação! A Missão Discipulando Nações precisa de seu apoio para continuar levando a Palavra de Deus aos povos indígenas. Servo dedicado assume o cargo de Embaixador da Tradução Bíblica Wycliffe na África do Sul No ano de 2024 um novo capítulo se inicia para o servo de Deus e missão. A partir do início do ano, ele assume a importante missão de ser um dos Embaixadores da Tradução Bíblica Wycliffe África do Sul. Sua missão será orar e representar as línguas, traduções e povos da África Austral; .com o foco em Angola)… assim cooperando para o acesso à Palavra de Deus em comunidades diversas. Um Compromisso com a Diversidade O novo Embaixador dedicará seu trabalho à promoção da tradução da Bíblia em diferentes línguas da África Austral (.com o foco em Angola). Através de seu compromisso e paixão, ele buscará em unidade com líderes africanos (a), garantir que cada povo tenha acesso à Palavra de Deus em sua própria língua materna, reconhecendo a importância da tradução para a preservação da cultura e identidade de cada comunidade. Um Legado de Fé e Impacto A Tradução Bíblica Wycliffe tem um histórico de impacto significativo na vida de milhões de pessoas em todo o mundo. Através do trabalho dedicado de seus tradutores e parceiros, a Wycliffe tem facilitado o acesso à Palavra de Deus em mais de 700 línguas. O novo Embaixador da Wycliffe África do Sul se junta de forma voluntária a essa missão grandiosa, com o objetivo de: Ampliar o acesso à Bíblia: Incentivar a tradução da Bíblia em línguas ainda não traduzidas da África Austral, permitindo que mais comunidades possam ter acesso à Palavra de Deus em sua própria língua. Fortalecer as comunidades: Apoiar o trabalho de tradução e desenvolvimento de recursos bíblicos, contribuindo para o fortalecimento da fé e da identidade cultural das comunidades da África Austral. Promover a diversidade linguística: Celebrar a riqueza das línguas da África Austral e defender a importância da tradução bíblica para a preservação da cultura e identidade de cada povo. Um Chamado à Ação O trabalho do novo Embaixador da Wycliffe África do Sul é um convite à participação de todos. Você pode fazer parte dessa missão: Orando: Interceda pela Wycliffe África do Sul em especial Angola; pedindo a Deus que guie e abençoe seus esforços. Apoiando: Doe para a Wycliffe África do Sul, contribuindo para que a tradução da Bíblia continue avançando na África Austral. Compartilhando: Divulgue a importância da tradução bíblica e incentive outras pessoas a se envolverem nesse trabalho transformador. Juntos, podemos fazer a diferença na vida de milhões de pessoas na África Austral, proporcionando-lhes acesso à Palavra de Deus em sua própria língua. #tradução#evangelização#missão Compartilhe:

Confins da Terra

Bíblia para os Esquimós! Entrevista baseada em informações fornecidas por John Sperry à revista A Bíblia no Brasil . Como traduzir o nome de Deus para uma língua na qual não existe a palavra “Deus”? Este é apenas um dos muitos desafios que John Sperry, bispo anglicano e presidente da Sociedade Bíblica do Canadá, vem encontrando em seu ministério de mais de 40 anos entre os esquimós e os índios, na região do Ártico canadense. Nascido na Inglaterra, o bispo Sperry iniciou a atividade pastoral no Ártico logo depois de sua ordenação ao ministério, acontecida no Canadá. Desde então, ele tem se dedicado a levar a Palavra de Deus aos esquimós, aprendendo a sua língua e conhecendo a sua cultura. Há cerca de 20 anos, ele começou também a traduzir a Bíblia para várias das línguas faladas na região. Hoje, Sperry está trabalhando na tradução das Escrituras para um dialeto da língua esquimó, falado na região central. Recentemente, ele esteve no Brasil e participou de uma das viagens do barco “Luz na Amazônia II” no Pará. Sperry afirma que aprendeu muito com essa experiência. “Fiquei impressionado com o ministério de cura tanto de almas como de corpos, que está sendo desenvolvido pela SBB na Amazônia.” Na entrevista que publicamos a seguir, John Sperry fala sobre a história e as curiosidades do seu trabalho de tradução das Escrituras e conta como os povos do Ártico canadense recebem a Palavra de Deus. Pergunta: O senhor poderia contar a história da tradução da Bíblia no Ártico canadense? Resposta: Antes de tudo, é preciso dizer que, nessa região, vivem dois povos diferentes: os índios e os esquimós — ou “inuits”, como são chamados na região. A palavra “esquimó” quer dizer “pessoa que come peixe cru” e, para os inuits, tem um sentido pejorativo. Os índios vivem nas terras que vão até os limites dos territórios onde existem árvores. Os esquimós, por sua vez, ocupam as terras inférteis que ficam acima desses limites, em direção ao norte. Pergunta: Como foi iniciado o trabalho de tradução das Escrituras na região? Resposta: Os primeiros exploradores dessas terras vinham do Quebec; eram canadenses de origem francesa. Depois, vieram também exploradores de origens inglesa e escocesa. Todos eles estavam interessados no comércio das peles dos animais que vivem ali. Mais tarde, chegaram os missionários das igrejas — Anglicana e Católica Romana -, os quais trabalharam muito nessa região. Desde essa época, as Escrituras vêm sendo traduzidas no Ártico canadense. Pergunta: Quais foram as principais dificuldades encontradas no trabalho realizado para os índios? Resposta: A grande dificuldade foi a alfabetização, já que as tribos indígenas do Canadá não conheciam a escrita. Uma das etapas mais importantes do trabalho de tradução da Bíblia para eles foi a criação de um sistema de notação (conjunto de sinais) de suas línguas. Durante a metade do século XIX, James Evans, um missionário metodista, adaptou o pitnan (uma espécie de sistema estenográfico) com o objetivo de transcrever foneticamente a língua dos índios e permitir que eles aprendessem a ler mais facilmente. Os índios aprenderam o pitnan com uma rapidez extraordinária. A partir daí, o uso desse sistema não demorou a se propagar entre os povos indígenas. Ainda hoje há alguns povos que utilizam o pitnan; eles chamam esse sistema de “a casca de bétula que fala”. Pergunta: Em que fase se encontra hoje a tradução das Escrituras para os índios canadenses? Resposta: Apesar de existirem numerosas tribos na região, todas elas dispõem atualmente de pelo menos uma tradução do Novo Testamento — e, algumas, também do Antigo Testamento. Existem 25 línguas indígenas nessa região. Mas, hoje, muitas delas já não são faladas pelos índios, a não ser pelos mais idosos. Pergunta: Os índios canadenses se identificam com as histórias contadas na Bíblia? Resposta: Sim, os mais idosos em particular. Eles conhecem as histórias contadas nas Escrituras e falam a respeito deles mesmos utilizando termos cheios de sentido bíblico. É o caso da história da libertação do povo de Deus no Egito. Os índios gostam muito dessa passagem por causa do significado político que ela tem, o qual se aproxima da própria situação deles. Pergunta: O que os índios acham familiar ao modo de vida deles no texto bíblico? Resposta: Tudo aquilo que se refere à caça. E que eles são caçadores, e isso lhes fala diretamente. No caso da tribo dos “crees”, eles gostam particularmente da história do vale dos ossos secos, que representa a vida, escrita no capítulo 37 do Livro do profeta Ezequiel. Os “crees” têm uma afinidade cultural muito próxima com o corpo humano. Nessa tribo, quando duas pessoas têm o mesmo nome, são chamadas de “osso companheiro”. Outras histórias, como a Parábola do Filho Pródigo ou da barca de Noé, também os tocam muito. E, é claro, a vida de Jesus. Pergunta: E quanto aos esquimós – qual é a sua população no Ártico, hoje? Resposta: Em todo o Ártico, há cerca de 22 mil esquimós. Graças ao notável apoio do governo canadense e à conseqüente melhora do nível de vida na região, essa população vem aumentando. Pergunta: Quantos deles são cristãos? Resposta: Todos, ou quase todos, têm um relacionamento mais ou menos estreito com a igreja. Mas a tendência a respeito desse relacionamento é baixar. Os esquimós são menos ligados aos valores espirituais de seus avós do que os índios canadenses. Mas ainda existem muitos crentes ativos, e as igrejas estão cheias. Digamos simplesmente que, para os jovens esquimós de hoje, o cristianismo não é mais “a religião do povo”, como era há 40 anos. Pergunta: Como é a religião tradicional dos esquimós? Resposta: Os esquimós são animistas; eles crêem no espírito do mundo e não têm nenhuma palavra para designar Deus. É que os caçadores esquimós tiravam dos animais tudo o que lhes era necessário para viver — a comida, a luz, o calor (eles se aquecem com o óleo de foca), as roupas. Então, eles acreditavam que a ordem do mundo era regida pelos animais. Pergunta: Como

Porque Demora?

Quanto tempo! Muitas pessoas não entendem porque as traduções bíblicas levam tanto tempo. Existem missionários que estão há mais de 30 anos dentro de uma comunidade, ainda com o projeto em andamento. A base para todos os projetos de tradução é a oração. Ela representa os pilares que sustentam todo o trabalho – a vida dos missionários, das comunidades locais e a continuidade de ministérios. Quando um povo ainda não possui um sistema de linguagem, o projeto envolve, antes de qualquer coisa, a construção de relacionamento com os nativos e uma imersão na cultura local. Entender esse povo, suas crenças e hábitos impactam diretamente o trabalho e fazem parte da valorização de seus costumes. A partir disso, os missionários descobrem os idiomas e dialetos que fazem parte deste povo e passam a planejar o trabalho de tradução. Os projetos enfrentam trabalho preparatório na forma de conscientização e apoio, encontrando e treinando os tradutores corretos e as pessoas certas para se juntarem ao ministério. O preparo envolve o mapeamento das necessidades do povo e necessidades da tradução do texto sagrado, no local. Além da análise linguística, para compreender o funcionamento do idioma, a equipe se doa para o desenvolvimento de uma ortografia, elaborando um sistema de escrita ‘a partir do zero’. Com o sistema criado e um material didático em mãos, os nativos aprendem a ler e escrever em sua língua materna, de forma confiante. Todo esse processo é elaborado em parceria com a comunidade, para que ela se engaje e para que a tradução seja a mais fiel possível. Começa, então, definitivamente, o trabalho de tradução de textos bíblicos. É necessário avaliar com a comunidade se a leitura dos textos está sendo feita com clareza e gerando entendimento e naturalidade aos falantes. Assim, checa-se, também, a exatidão da tradução, verificando se ela está transmitindo o significado original dos textos. São realizadas várias leituras para testar sua fluidez e clareza. Depois disso, os missionários realizam a retrotradução, que é o processo de passar o texto para o português – se o povo for do Brasil -, garantindo que ele conserve o significado original. As passagens são traduzidas por uma equipe formada por falantes de língua materna e especialistas em tradução da Bíblia. Em seguida, um consultor de tradução é chamado para revisar todo o texto e verificar a compreensão do falante nativo. Problemas com praticamente qualquer aspecto de uma tradução podem surgir até a impressão (e às vezes até mesmo depois disso). Às vezes, um sistema de escrita já finalizado, ainda requer alguns pequenos ajustes, outras vezes a linguagem em questão não tem uma palavra para conceitos-chaves como perdão, graça ou misericórdia. Geralmente, conceitos como estes não tem tradução na língua nativa e precisam ser desenvolvidos em conjunto. “Além da tradução escrita ou oral, a primeira tradução, em qualquer lugar, é a nossa vida”, missionária da ALEM – Brasil Seguido à análise, os missionários dão início à impressão dos textos traduzidos, fazendo com que a Bíblia fique acessível a mais pessoas. Muitas vezes, o material também passa para a distribuição em arquivos de áudio e aplicativos, expandindo seu alcance. Os missionários destacam que “além da tradução escrita ou oral, a primeira tradução, em qualquer lugar, é a nossa vida. Nós convivemos com o povo por muitos anos e, ao verem como a Palavra faz diferença nas nossas vidas, eles também querem aprender e serem transformados por Ela”. “O estudo das Escrituras gera transformação de vidas, mudança de cosmovisão e leva a uma adoração autêntica.” Mais do que a tradução, a comunidade local é acompanhada e treinada pelos missionários para que esteja engajada com a Palavra de Deus e viva a transformação do Evangelho de Cristo. Com a comunidade, são formadas igrejas locais que passam a entoar louvores em seu idioma materno, além de outras expressões culturais de adoração a Deus. O estudo das Escrituras gera transformação de vidas, mudança de cosmovisão e leva a uma adoração autêntica. Deus está realizando Sua missão com Seu poder e por meio de parcerias. Mais organizações missionárias, igrejas e comunidades cristãs estão se envolvendo no movimento de tradução da Bíblia. Existe uma tradução ativa e/ou desenvolvimento linguístico conhecidos ocorrendo em 2.658 línguas em mais de 170 países. A partir de 1º de outubro de 2018, mais de 180 milhões de pessoas, usando 1.879 línguas faladas e 284 línguas de sinais, provavelmente precisam que se inicie alguma forma de tradução da Bíblia. Te convidamos a fazer parte desse ministério, colocando-se à disposição da missão. São várias as formas de envolvimento – oração, voluntariado, se tornando missionário ou mesmo nosso parceiro e colaborador. Entre em contato com a nossa equipe e ajude a impulsionar o trabalho de tradução da Palavra de Deus a todos os povos! #tradução#evangelização#missão Compartilhe: